Gramsci, em determindado momento de seu artigo ” partido de governo e classe de governo”, faz apologia da fome aos não-operários. Gramsci escreve: ” Se existe uma disponibilidade média de apenas 200 gramas de pão por dia para cada cidadão, é necessário que exista um governo que assegure 300 gramas para os operários e obrigue os não-produtores a se contentarem com 100 gramas ou mesmo menos(!), ou mesmo nada(!) se não trabalham, se não produzem”. Eis a maravilha que é o governo operário de Gramsci. É notável essa mentalidade de matar de fome os camponeses, inválidos e os que vivem de renda que Gramsci e seus companheiros de ideologia proclamam. Daí podemos entender as fomes na Rússia, China, Camboja e outros lugares governados por comunistas. O governo operário é místico. Sim, porque acredita na mística da produção industrial de determinados produtos, enquanto os camponeses morrem de fome com requisições de alimentos fora da realidade para sustentar a produção das cidades. É ridículo, se não fosse diabólico, ter que ler essas coisas de um teórico do socialismo.
Escritos Políticos-Volume 1, de Antonio Gramsci (3)
Gramsci repete o mantra da utopia socialista: uma sociedade sem classes! Vejamos se isso é possível:
No capitalismo nós temos- O Presidente ( Rei ) ,a nobreza ( os ricos capitalistas) ,o clero( católico ou protestante) e os camponeses
No socialismo, que Gramsci não previu, nós temos- O ditador ( Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot, etc), a nobreza ( o comissariado e os burocratas do comunismo), não temos clero ( foram fuzilados ou internados em hospitais psiquiátricos e em campos de concentração) e os camponeses.
Qual é a diferença entre o capitalismo e o socialismo? Não existem as mesmas classes? Tirando o clero,é claro, pois a fé comunista não admite outros deuses diante de si, é quase tudo igual . Gramsci, pelo menos nesse primeiro volume de seus escritos, não podia ainda perceber que a revolução não acabou com as classes, porque elas continuaram existindo.
O princípio defendido pelo teórico italiano de uma sociedade sem patrões não tem qualquer base histórica. Nos países capitalistas nós temos patrões, mas em um país comunista nós temos um super-patrão ( O Estado). É o mesmo princípio famoso do Non Serviam bíblico. Lutero recusava-se a reconhecer seus superiores nesse mundo por causa de seu orgulho. O mesmo acontece com o homem socialista. Gritam aos seus patrões ( superiores) não servirei!, dessa forma dizendo que somente reconhecerão um outro patrão, muito maior, mais injusto e contra o qual poucos podem se rebelar: O Estado.
Gramsci, assim como os liberais, tinha profunda aversão aos sindicatos, propondo substituí-los por um sinistro conselho de fábrica, onde o indivíduo é aniquilado para a submissão ao chefe do conselho. Tudo no socialismo proposto por Gramsci é a adoração ao Estado e ao coletivo, com uma subsequente desvalorização da personalidade individual.
Escritos Políticos-Volume 1, de Antonio Gramsci
O Otimismo com o Socialismo que mais tarde viria a se tornar um desastre
O que logo chama a atenção nos escritos políticos da juventude de Gramsci é um otimismo com o socialismo que é um tanto romântico. Gramsci escreve sobre diversos assuntos, como a educação, a guerra, Mussolini e a religião. Aliás, é bom ler Gramsci declarando que o socialismo é uma fé, de onde ele ingenuamente crê que virá a paz. Gramsci parece ter uma certa inveja dos ritos do catolicismo que ele gostaria de ver reproduzido no credo socialista.
O teórico do socialismo vê com grande entusiasmo a revolução russa que aconteceu em 1917. Ele, de maneira equivocada, acredita que a revolução aconteceu por causa dos proletários, quando a revolução foi uma grande conspiração burguesa organizada por Lenin e Trotsky.
Uma falácia de Gramsci que ele defende no início do livro, quando ele mais uma vez parece sentir inveja dos rituais católicos da semana santa, é a de que os proletários deveriam deixar seus filhos crescerem sem religião ou doutrina para que, mais tarde, eles pudessem livremente escolher suas religiões. É claro que Gramsci e outros socialistas nunca aplicaram esse princípio em suas próprias famílias. Seus filhos são doutrinados desde cedo a amarem o socialismo e odiarem o capitalismo. É assim que a vida é em todos os casos, tanto em famílias religiosas, quanto em famílias socialistas.
Gramsci desenvolve os seus artigos tentando fazer o socialismo parecer agradável, e realmente, as opiniões socialistas de Gramsci parecem mais humanas e tolerantes do que em outros autores e jornais dessa filosofia política. O autor italiano defenda suas opiniões com grande paixão e um leve otimismo em algumas áreas. Tem defendido algumas ideias que podem ser analisadas separadamente:
A Família- Para Gramsci, o capitalismo torna a existência da família em algo extremamente inseguro por causa da luta do pai em buscar manter a propriedade privada. O homem é transformado em uma peça da burocracia e visão fria capitalista quando não pode ter certeza de que sua família e seus filhos poderão ter a sobrevivência garantida pela frágil questão da propriedade privada. Gramsci propõe o coletivismo, pois isso permitiria ao homem não mais preocupar-se em manter a propriedade privada, sendo que seus filhos teriam a educação e a vida moral garantidas pelo Estado.
A Liberdade de Pensamento- Nessa questão, o filósofo italiano critica a liberdade de pensamento liberal como sendo um privilégio burguês. Gramsci pretendia que o pensamento socialista não fosse dogmático como o liberal, mas como a história demonstrou, não foi isso que aconteceu. Parece que Gramsci pretendia que a liberdade de pensamento não significava a liberdade de propagar o erro. Liberalismo e socialismo foram e são dogmáticos. Ambos lutam pelo domínio do poder e contra a religião. São só aparentemente inimigos.
Liberdade Política- Aqui Gramsci dá uma bela de uma escorregada: defende a ditadura, para ele, a única forma de evitar-se que as minorias tomem o poder. Mas aí está a contradição! A ditadura é válida, mas não a burguesa, porque é opressiva contra o socialismo; ditadura somente a socialista, porque esta impede que o mal ( capitalismo) domine as massas. Incrível “democracia”, esta!
Como todo socialista, Gramsci é otimista e pessimista ao mesmo tempo: otimista quanto às abstrações do socialismo teórico; pessimista quanto à civilização burguesa e capitalista. Quanto ao capitalismo, Marx acertou em algumas de suas críticas, e não há dúvidas em relação aos aspectos desumanos das fábricas do século XIX. Creio que Gramsci condena fortemente o capitalismo, enquanto estava cego aos problemas práticos do socialismo. Sua análise da guerra civil russa está correta: os países capitalistas não tinham o direito de terem invadido a Rússia para defender o exército branco. Sua paixão e a falta de informções corretas sobre o andamento da revolução não permitiam, no entanto, que Gramsci observasse a brutalidade com que a revolução estava sendo implantada.
Gramsci repete o mantra da utopia socialista: uma sociedade sem classes! Vejamos se isso é possível:
No capitalismo nós temos- O Presidente ( Rei ) ,a nobreza ( os ricos capitalistas) ,o clero( católico ou protestante) e os camponeses
No socialismo, que Gramsci não previu, nós temos- O ditador ( Lenin, Stalin, Mao, Pol Pot, etc), a nobreza ( o comissariado e os burocratas do comunismo), não temos clero ( foram fuzilados ou internados em hospitais psiquiátricos e em campos de concentração) e os camponeses.
Qual é a diferença entre o capitalismo e o socialismo? Não existem as mesmas classes? Tirando o clero,é claro, pois a fé comunista não admite outros deuses diante de si, é quase tudo igual . Gramsci, pelo menos nesse primeiro volume de seus escritos, não podia ainda perceber que a revolução não acabou com as classes, porque elas continuaram existindo.
O princípio defendido pelo teórico italiano de uma sociedade sem patrões não tem qualquer base histórica. Nos países capitalistas nós temos patrões, mas em um país comunista nós temos um super-patrão ( O Estado). É o mesmo princípio famoso do Non Serviam bíblico. Lutero recusava-se a reconhecer seus superiores nesse mundo por causa de seu orgulho. O mesmo acontece com o homem socialista. Gritam aos seus patrões ( superiores) não servirei!, dessa forma dizendo que somente reconhecerão um outro patrão, muito maior, mais injusto e contra o qual poucos podem se rebelar: O Estado.
Gramsci, assim como os liberais, tinha profunda aversão aos sindicatos, propondo substituí-los por um sinistro conselho de fábrica, onde o indivíduo é aniquilado para a submissão ao chefe do conselho. Tudo no socialismo proposto por Gramsci é a adoração ao Estado e ao coletivo, com uma subsequente desvalorização da personalidade individual.
Gramsci, em determindado momento de seu artigo ” partido de governo e classe de governo”, faz apologia da fome aos não-operários. Gramsci escreve: ” Se existe uma disponibilidade média de apenas 200 gramas de pão por dia para cada cidadão, é necessário que exista um governo que assegure 300 gramas para os operários e obrigue os não-produtores a se contentarem com 100 gramas ou mesmo menos(!), ou mesmo nada(!) se não trabalham, se não produzem”. Eis a maravilha que é o governo operário de Gramsci. É notável essa mentalidade de matar de fome os camponeses, inválidos e os que vivem de renda que Gramsci e seus companheiros de ideologia proclamam. Daí podemos entender as fomes na Rússia, China, Camboja e outros lugares governados por comunistas. O governo operário é místico. Sim, porque acredita na mística da produção industrial de determinados produtos, enquanto os camponeses morrem de fome com requisições de alimentos fora da realidade para sustentar a produção das cidades. É ridículo, se não fosse diabólico, ter que ler essas coisas de um teórico do socialismo.
Esse primeiro volume dos pensamentos de Gramsci revela um espírito apaixonado pelo socialismo e a revolução, mas também revela um homem que se contradiz em alguns momentos. Defender a liberdade sob o socialismo, ao mesmo tempo em que apoia a revolução para impor a ditadura e derrubar o governo burguês. Gramsci certamente era muito inteligente e escreve bem, mas o socialismo não produziu, talvez, o tipo de sociedade imaginada por ele.