A humanidade dispõe de uma grande biblioteca com títulos que explicam o fim das grandes civilizações da Antiguidade, e mesmo no século XX, Oswald Spengler escreveu sobre a decadência do Ocidente. Mas como seria um livro sobre a progressiva perda de esperança e uma drástica queda da natalidade de uma nação contemporânea? Anne Allison, uma professora de antropologia cultural estadunidense, revela em seu livro Precarious Japan um cenário dramático para este país, que já foi uma potência militar agressiva, e que até duas décadas atrás era uma potência industrial em expansão. [Read more…]
Filosofia e economia: a construção da negentropia
O presente artigo procura estabelecer uma ligação entre os pensamentos de Nicolau de Cusa e Karl Marx. O elo de ligação entre os dois seria o espírito neoplatônico de produção da negentropia ( que é a negação da entropia) para a construção de uma sociedade e de uma economia que fizessem brotar no ser humano todas as suas capacidades. O trabalho é o elemento fundamental para a criação da negentropia. Foi feita uma abordagem sobre aspectos econômicos e metafísicos. [Read more…]
Sistema Nacional de Economia Política, de Friedrich List
List estava certo
O grande economista alemão Friedrich List era um apaixonado defensor do protecionismo e do nacionalismo econômico. Ele demonstra através do exemplo de diversas nações como a Inglaterra, os Estados Unidos, a França e a Alemanha como se deu a industrialização nesses países, e a razão do fracasso da indústria manufatureira em outros, como a Espanha e Portugal.
A Inglaterra e os Estados Unidos são o exemplo de como o protecionismo comercial no início da industrialização leva ao sucesso de todo o processo, e de como a abertura em estágios iniciais feita por Portugal e Espanha levam ao desastre e a miséria.
A Inglaterra é tida por List como o grande exemplo de sucesso do governo que protege a indústria manufatureira. Os ingleses eram mestres do protecionismo e da arte de fraudar as alfândegas de diversos países.
Os ingleses deram um grande salto na sua industrialização através do tratado de Methuen que, ao contrário do que acreditava Adam Smith, foi um desastre para Portugal, pois inundou o país de bens manufaturados na Inglaterra, ao mesmo tempo em que os ingleses ficavam com todo o ouro e prata do Brasil, sendo que eles utilizavam esses metais para comprar bens manufaturados na Índia, os quais eram vendidos com um preço baixo para o continente europeu, destruindo assim as indústrias da Alemanha e França, por exemplo.
Esse tratado destruiu a indústria portuguesa e deu um grande impulso à indústria e riqueza da Inglaterra. List também considera que a liberdade religiosa e de pensamento são fundamentais para a industrialização. Essas virtudes a Inglaterra possuía, mas era desconhecida em Portugal e na Espanha por causa da Inquisição.
Se olharmos para a história recente, veremos que países como a China, o Japão, a Coréia e mesmo a Alemanha, no início de sua industrialização, fizeram o que List pregava: a importação de matérias -primas e a exportação de manufaturados, isso aliado a um câmbio desvalorizado e competitivo.
Resenha de A Saga Brasileira, de Miriam Leitão
A conquista da estabilidade pelo Brasil
O Brasil do século XX sofreu intensamente com a inflação. Foram diversos governos, como o de Getúlio, de Juscelino e os militares que ajudaram sim o país a crescer, mas também gastaram mais do que arrecadaram e alimentaram irresponsavelmente a inflação.
O livro da jornalista Miriam Leitão nos fala sobre essa doença que o Brasil sofreu durante décadas sem que uma solução fosse encontrada. Miriam escreve mais sobre o plano cruzado, o plano Collor e o real. O governo Sarney havia herdado do governo militar contas públicas confusas, inflação alta, gastos excessivos, poucas reservas e estatizado no mesmo nível que países comunistas.
Durante o governo Sarney havia o choque de dois grupos de economistas: os da Unicamp, que defendiam investimentos públicos com alguma inflação, e os da Puc-Rio, que julgavam que o corte de gastos e a inflação controlada eram os melhores caminhos. No governo Sarney, os economistas da Unicamp ganharam.
Para aqueles que viveram ( como eu) aqueles dias de inflação alta e falta de produtos nas prateleiras e vendo os fiscais do Sarney , isso pode hoje até parecer engraçado e gerar uma certa nostalgia pela nossa infância. Para os que não viveram , histórias como a operação de caça ao boi no pasto será lida como algo ridículo, mas foi tudo, infelizmente, verdade.
O Brasil herdou uma pesada e perigosa herança do governo militar, como, por exemplo, a conta movimento entre o Banco do Brasil e o Banco Central. Como nos diz Miriam Leitão, um verdadeiro absurdo.
A história do plano cruzado e do plano Collor é contada em detalhes. Miriam intercala sua narrativa com depoimentos de pessoas comuns que viveram aqueles anos dramáticos. O resultado é excelente, pois Miriam escreve bem e transmite segurança em suas palavras.
Miriam narra a chegada ao ministério da fazenda de Fernando Henrique Cardoso e como ele reuniu os economistas da Puc-Rio para lançar a ideia do real. O governo Itamar continuaria o processo de privatização iniciada no governo Collor que ajudaria a modernizar a nossa indústria e a diminuir a inflação.
O plano real acabaria sendo um sucesso, pois a população entendeu o plano e percebeu os benefícios de viver em um país sem inflação. Na época o candidato Lula da silva não percebeu a força do plano e acabou perdendo as eleições no primeiro turno para Fernando Henrique.
Miriam nos conta como Fernando Henrique Cardoso teve um imenso trabalho para estabilizar o país, privatizar a Vale e a Telebras, e desarmar uma verdadeira bomba que eram os bancos estaduais. O PROER seria considerado polêmico, mas ajudou o Brasil a ter um sistema bancário seguro, moderno e eficiente.
Considero que o governo Fernando Henrique foi injustiçado nas suas estatísticas sobre o crescimento do PIB. Nos três primeiros anos de seu governo o consumo explodiu ( a venda de veículos, por exemplo, de 1997 só seria superada quase 10 anos depois), milhares de pessoas alcançaram a classe média e saíram da miséria, e mesmo assim as taxas de crescimento do PIB são ridículas. Acho que o Brasil perdeu muito com isso em termos de investimento externo.
A parte mais interessante do livro para mim é a que narra a crise econômica de 1997 e o dilema do governo sobre se deveria ou não desvalorizar o real. A moeda acabaria sendo desvalorizada, e as previsões de que a inflação voltaria e que o Brasil sofreria uma catástrofe não se confirmaram. Mais uma vez o Brasil foi mais forte.
Miriam Leitão não esconde sua admiração por Fernando Henrique, e nos faz perceber o quanto seu governo foi importante para a modernização do país. É preciso que se diga a verdade: o país não começou em 2003 com Lula nem em 1995 com Fernando Henrique. Na verdade o projeto de estabilização da economia brasileira começou no governo Sarney e continuou com Collor de Melo. Todos contribuíram.
Creio que esse livro é importante para que recordemos todo o esforço feito desde a redemocratização para que o país estivesse atualmente em condições favoráveis na sua economia, e com um futuro que poderá ser brilhante, se mantivermos a disciplina e a vigilância.
Resenha de O Capital- Volume I Livro 2
A mentalidade Burguesa e a Mais-Valia
Em um capítulo interessante nessa continuação de O Capital, Marx fala sobre a acumulação ou a conversão da mais-valia em capital. Ele nos diz que as mercadorias que o capitalista compra para seu consumo com uma parte de mais-valia não lhe servem de meio de produção, e também não é trabalho produtivo o que ele compra para satisfazer suas necessidades.
O capitalista ao comprar essas mercadorias consome a mais-valia como renda, em vez de transformá-la em capital. A concepção de velha nobreza “consistia em consumir o que existe”, segundo Hegel.Para a mentalidade burguesa, especialmente nos séculos XVII, XVIII e XIX, é muito importante proclamar a acumulação de capital como o primeiro mandamento, e aplicá-los em bens imóveis e em trabalhadores adicionais.
A burguesia fará triunfar o livre-comércio e o liberalismo econômico. Surgirá a prática dos monopólios e do açambarcamento. Marx então diz que os economistas modernos tinham de combater a idéia de associar a produção capitlaista ao entesouramento, idéia que era odiada na Idade Média.
Marx rejeita a idéia de John Stuart Mill de que a longo prazo o capital se transforma em salários. O capitalista burguês, proprietário da mais-valia, pratica um ato de vontade e economiza porque não consome e exerce sua função de capitalista, a função de enriquecer. Partilha com o entesourador o prazer da riqueza pela riqueza. O credo capitalista é acumular e poupar.
O capitalista clássico condena o consumo individual como pecado contra a acumulação.É curioso notar esses economistas modernos pregando a poupança aos pobres na televisão e no jornal. Se o pobre pensa em consumir um bem necessário ao seu conforto, logo vem o economista e sua mentalidade burguesa proclamando a poupança e alertando para o endividamento. Ou seja, o pobre, além de ser pobre por supostamente não trabalhar, é também pobre porque não poupa. Querem no fundo impor ao trabalhador uma renúncia à fruição da vida.
Marx ironicamente diz que o capitalista grita Poupai, Poupai! e transforma a maior quantidade possível de mais-valia em capital. A mais-valia para Marx nunca pode ser derivada da circulação. Marx condena a Malthus porque ao mesmo tempo em que condena o capitalista por sua acumulação, lhe parece necessário limitar ao mínimo possível o salário do trabalhador a fim de mantê-lo ativo.
Quantos neo-malthusianos não vemos por aí pregando de forma descarada contra o aumento do salário mínimo, e até sugerindo sua diminuição!
Um burguês citado por Marx reclama que ” Sempre que há uma procura extraordinária de produtos e a quantidade de trabalho se torna insuficiente, sentem os trabalhadores sua própria importância e procuram impô-la aos patrões”. Essa é a mesma reclamação que as pessoas com mentalidade capitalista fazem hoje em dia. O salário das empregadas domésticas está muito alto, faltam pedreiros e mão-de-obra, e eles estão pedindo muito alto e etc.
Marx percebeu como é “belo” o ciclo do capitalismo. Os salários sobem e incentivam a natalidade, até que o mercado fique abarrotado, ficando o capital insuficiente em relação à oferta de trabalhadores. Então caem os salários e a natalidade também e a acumulação de capital cresce. Com a queda da natalidade, as vagas de trabalho ficam ociosas, e aí o salário volta a subir. E assim segue. Não passa pela cabeça do capitalista aumentar os salários para que a população apta ao trabalho cresça de maneira positiva.
A teoria da abstinência do capitalista é rejeitada por Marx que cita John Cazenove que dizia que ” não é a abstinência, mas o emprego produtivo do capital que constitui a fonte de lucro”.
David Ricardo já havia dito que na forma de dinheiro, o capital não produz nenhum lucro. O burguês sabe bem disso, e o emprega em bens imóveis e o que resta, acaba por não ceder à tentação de consumí-lo.
As observações de Marx muitas vezes se aproximam da ética Cristã em sua condenação da usura. Ele, a igreja católica e até o maior pensador da antiguidade, Aristóteles, irão se opor à visão dos capitalistas e de Calvino a respeito dos juros. Aristóteles dizia que o juro é dinheiro que nasce do dinheiro,e , de todos os modos de adquirir, este é o mais contrário à natureza.
Não é preciso ter medo de ler e conhecer Marx. Para mim, que gosto muito de economia e política, é sempre um prazer lê-lo.
Resenha de O Capital, de Karl Marx- Volume 1
Um dos livros mais influentes da História
Karl Marx é um excelente escritor, e o livro, apesar do tema difícil, é agradável de se ler. Logo no início temos o capítulo sobre a mercadoria, que é o mais complicado do livro e não é fácil de se entender. Depois há a explicação sobre a teoria da mais-valia que é muito interessante.
A parte sobre a jornada de trabalho é a mais forte e sombria da obra, pela denúncia das jornadas de trabalho que beiravam à escravidão e da utilização do trabalho infantil. Pelos exemplos citados, vemos a situação terrível da classe trabalhadora na Inglaterra do século XIX.
Marx saber usar a ironia e ser sarcástico no momento certo. O livro contém inúmeras citações da David Ricardo, Shakespeare, Dante, Aristóteles e, principalmente, dos livros azuis ingleses(blue books), que ele cita frequentemente.
***
Marx discute uma questão que poucos filósofos prestaram atenção durante a história da filosofia: como é formado o valor da mercadoria e do dinheiro. O filósofo alemão escreve com mão firme sobre um tema difícil, mas apaixonante. A base do pensamento de Marx é a dialética de Hegel, e a filosofia proposta por Marx é o materialismo histórico, que, na minha opinião, é uma filosofia com muito pouco apelo intelectual.
Os diversos capítulos desse primeiro volume tentam estabelecer o valor do capital e a “metafísica” das mercadorias, que como Marx percebeu, possuem características e medidas de valores que não podem ser explicadas apenas racionalmente. O valor do uso e de troca das mercadorias são explicados por Marx com grande erudição. O filósofo foi muito influenciado por antigos pensadores da Grécia e por economistas ingleses. Aristóteles é a grande referência quando se trata de filosofia. Marx não respeitava o idealismo platônico por ele achar que ele se adequava mais à especulação burguesa.
Em economia, Marx gostava muito de David Ricardo, e o cita frequentemente. Mas a maior referência mesmo para os estudos de Marx são mesmo os livros azuis ingleses( Blue Books), que são a base para o filósofo criticar a situação do capitalismo inglês e as condições do proletariado desse país no século XIX.
Será que Marx foi convincente em sua tentativa de compreender e explicar como funciona o mundo do capital? Essa é uma questão que sempre provocou polêmica. Muitos acusaram Marx de ter adulterado os dados dos livros azuis para legitimar a sua tese de que o capitalismo levava a maioria à miséria.
O capitalismo e algumas de suas maiores falhas foram expostos como em nehuma outra obra como O Capital. Tudo parece muito sinistro nas fábricas inglesas do século XIX. Homens, mulheres e crianças eram explorados até à exaustão. Não há dúvida de que a denúncia de Marx ajudou ao capitalismo a se reformar e a abandonar certas práticas.
Não esperem do livro o capital a discussão sobre questões metafísicas e de ontologia. O Capital está mais para um livro de sociologia. Para quem realmente quer ter conhecimento de filosofia, sociologia, economia e história, O Capital é um dos livros mais completos e apaixonantes da história. A influência do livro foi imensa, de forma destacada na Rússia, mas também nos partidos socialistas e de esquerda nos países do ocidente.
A pergunta principal de quem lê esse livro é saber se Marx acreditava verdadeiramente que o capitalismo estava já em decadência, e o socialismo pronto para ser estabelecido nos países avançados. Marx acreditava, sim, que o capitalismo foi revolucionário por ter destruído o feudalismo e criado uma sociedade em que o dinheiro e o trabalho se tornaram fundamentais para definir os valores das pessoas. Sobre a questão do socialismo, quem espera alguma definição de Marx sobre isso, ou sobre a revolução, irá se decepcionar, pois essas coisas não são abordadas no livro.
O estilo de Marx é agradável e seguro. O tema é realmente complexo, mas o livro é fundamental para quem é estudante de filosofia. Realmente é um livro excelente, que mistura filosofia, política e economia.
Resenha de O Capital- Volume I Livro 2
http://felipepimenta.com/2012/12/31/resenha-de-o-capital-volume-i-livro-2/
A mentalidade Burguesa e a Mais-Valia
Em um capítulo interessante nessa continuação de O Capital, Marx fala sobre a acumulação ou a conversão da mais-valia em capital. Ele nos diz que as mercadorias que o capitalista compra para seu consumo com uma parte de mais-valia não lhe servem de meio de produção, e também não é trabalho produtivo o que ele compra para satisfazer suas necessidades.
O capitalista ao comprar essas mercadorias consome a mais-valia como renda, em vez de transformá-la em capital. A concepção de velha nobreza “consistia em consumir o que existe”, segundo Hegel.Para a mentalidade burguesa, especialmente nos séculos XVII, XVIII e XIX, é muito importante proclamar a acumulação de capital como o primeiro mandamento, e aplicá-los em bens imóveis e em trabalhadores adicionais.
A burguesia fará triunfar o livre-comércio e o liberalismo econômico. Surgirá a prática dos monopólios e do açambarcamento. Marx então diz que os economistas modernos tinham de combater a idéia de associar a produção capitlaista ao entesouramento, idéia que era odiada na Idade Média.
Marx rejeita a idéia de John Stuart Mill de que a longo prazo o capital se transforma em salários. O capitalista burguês, proprietário da mais-valia, pratica um ato de vontade e economiza porque não consome e exerce sua função de capitalista, a função de enriquecer. Partilha com o entesourador o prazer da riqueza pela riqueza. O credo capitalista é acumular e poupar.
O capitalista clássico condena o consumo individual como pecado contra a acumulação.É curioso notar esses economistas modernos pregando a poupança aos pobres na televisão e no jornal. Se o pobre pensa em consumir um bem necessário ao seu conforto, logo vem o economista e sua mentalidade burguesa proclamando a poupança e alertando para o endividamento. Ou seja, o pobre, além de ser pobre por supostamente não trabalhar, é também pobre porque não poupa. Querem no fundo impor ao trabalhador uma renúncia à fruição da vida.
Marx ironicamente diz que o capitalista grita Poupai, Poupai! e transforma a maior quantidade possível de mais-valia em capital. A mais-valia para Marx nunca pode ser derivada da circulação. Marx condena a Malthus porque ao mesmo tempo em que condena o capitalista por sua acumulação, lhe parece necessário limitar ao mínimo possível o salário do trabalhador a fim de mantê-lo ativo.
Quantos neo-malthusianos não vemos por aí pregando de forma descarada contra o aumento do salário mínimo, e até sugerindo sua diminuição!
Um burguês citado por Marx reclama que ” Sempre que há uma procura extraordinária de produtos e a quantidade de trabalho se torna insuficiente, sentem os trabalhadores sua própria importância e procuram impô-la aos patrões”. Essa é a mesma reclamação que as pessoas com mentalidade capitalista fazem hoje em dia. O salário das empregadas domésticas está muito alto, faltam pedreiros e mão-de-obra, e eles estão pedindo muito alto e etc.
Marx percebeu como é “belo” o ciclo do capitalismo. Os salários sobem e incentivam a natalidade, até que o mercado fique abarrotado, ficando o capital insuficiente em relação à oferta de trabalhadores. Então caem os salários e a natalidade também e a acumulação de capital cresce. Com a queda da natalidade, as vagas de trabalho ficam ociosas, e aí o salário volta a subir. E assim segue. Não passa pela cabeça do capitalista aumentar os salários para que a população apta ao trabalho cresça de maneira positiva.
A teoria da abstinência do capitalista é rejeitada por Marx que cita John Cazenove que dizia que ” não é a abstinência, mas o emprego produtivo do capital que constitui a fonte de lucro”.
David Ricardo já havia dito que na forma de dinheiro, o capital não produz nenhum lucro. O burguês sabe bem disso, e o emprega em bens imóveis e o que resta, acaba por não ceder à tentação de consumí-lo.
As observações de Marx muitas vezes se aproximam da ética Cristã em sua condenação da usura. Ele, a igreja católica e até o maior pensador da antiguidade, Aristóteles, irão se opor à visão dos capitalistas e de Calvino a respeito dos juros. Aristóteles dizia que o juro é dinheiro que nasce do dinheiro,e , de todos os modos de adquirir, este é o mais contrário à natureza.
Não é preciso ter medo de ler e conhecer Marx. Para mim, que gosto muito de economia e política, é sempre um prazer lê-lo.
Resenha de A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de John Maynard Keynes
Provavelmente o livro de economia mais influente do século XX, a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, do inglês John Maynard Keynes permanece uma obra basilar no nosso conturbado século XXI, especialmente no caso brasileiro. As ideias de Keynes vão muito além da economia, influenciando também, por exemplo, reflexões na área da Bioética, como bem demonstrou o filósofo e médico Diego Gracia. [Read more…]